Documentário sobre Tim Lopes faz sua estreia na Première Brasil

"Histórias de Aracanjo - Um documentário sobre Tim Lopes", de Guilherme Azevedo, que reúne histórias sobre a vida profissional e pessoal do jornalista gaúcho, morto por traficantes da Vila Cruzeiro, no conjunto de favelas do Alemão, em 2002, fez sua estreia na grade do Festival do Rio no final da tarde deste sábado (28), abrindo a competição de documentários da Première Brasil. O filme combina imagens de arquivo e depoimentos de amigos, colegas de trabalho e parentes de Lopes e foi bastante aplaudido pela platéia do Cine Odeon, que misturava anônimos e figuras públicas, como o ator Lázaro Ramos e o jornalista Geneton Moraes Neto.

Conduzido por Bruno Quintella, filho do jornalista e autor do roteiro do documentário, "Histórias de Arcanjo" recupera momentos marcantes da trajetória de Lopes, repórter investigativo que se infiltrava entre os personagens de suas histórias ‑ dormiu entre mendigos, foi vendedor ambulante na praia por três dias, conviveu com meninos de rua. Arcanjo era o nome de batismo Tim Lopes, repórter com passagens pelo GLOBO, “Jornal do Brasil” e “O Dia”, entre outros veículos.

Quando foi capturado por bandidos da Vila Cruzeiro, Tim trabalhava para a TV Globo e apurava, com uma câmera escondida, um possível baile funk promovido pelo tráfico. O contraponto emotivo do documentário é o testemunho de parentes e companheiros próximos do jornalista, ganhador de prêmios importantes na área, que ajudam a traçar a personalidade do garoto nascido no Rio Grande do Sul e, no Rio, aprendeu a gostar de samba, futebol e botequim.

- Queria fazer uma homenagem a esse extraordinário jornalista, contar a história desse ser humano e jornalista excepcional - contou Azevedo no palco do Cine Odeon, ladeado pela equipe do filme. - Conheci o Bruno, que também é jornalista, em 2009, e começamos a desenvolver o projeto. Já naquela época, a gente vivia sonhando com o tapete vermelho de uma pré-estreia como esta, e o o Bruno me perguntava: "Será? Será?". Hoje estamos aqui.

- Essa sessão é um abraço que vocês estão dando na gente - comentou Bruno, que no filme, revisita o campo de futebol no qual seu pai foi executado. - É também o desfecho de uma batalha, porque enfrentamos muita coisa (difícil) ao longo do caminho.


O Globo

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