Paulo Ró - Cantus Popularis (Ao Vivo)

O músico paraibano Paulo Ró está em circulação divulgando seu mais recente trabalho, intitulado "Cantus Popularis". Paulo Ró é músico e compositor, e tem uma longa história na música paraibana, desde os anos 70, quando iniciou suas pesquisas e produções musicais. Em 1974, experimentava sons diferentes nos violões, nas percussões, com ritmos impares, criando instrumentos para novas sonoridades. A partir daí, criou junto com Pedro Osmar o grupo de resistência cultural paraibano, "Jaguaribe Carne de Estudos", com a finalidade de vivenciar a música livre, aprofundar pesquisas musicais, produzir situações de arte-educação, dialogar com outros artistas, outras expressões artísticas e incentivar manifestações culturais na cidade de João Pessoa.
 
Em "Cantus Popularis", Paulo Ró expressa uma profunda pesquisa nas raízes populares da cultura nordestina, trazendo cocos de roda, cirandas, a mazurca, os congos e lapinhas. A partir de um olhar próprio, Paulo recria o vasto universo da cultura popular, modificando, reelaborando, fragmentando, adicionando, misturando e distorcendo suas mais fortes referências, como as Cambindas Brilhantes de Lucena, entre outros grupos e mestres populares. A pesquisa-vivência de Paulo Ró lhe confere certa intimidade com o universo popular, dando-lhe tanto abertura para recriar e registrar suas impressões, quanto a responsabilidade de fortalecer e difundir as autênticas raízes da cultura musical brasileira.
 
O trabalho - que tem apresentação marcada para o dia 24 de Julho, na Usina da Música Energisa, mostra de forma contemporânea e original a nobre e singela poesia, o colorido descritivo e cativante da música que o povo simples brinca, demonstrando o prazer, a versatilidade e a riqueza composicional, revitalizando a música tradicional em todas as suas instâncias, trazendo para o convívio do público de hoje a música que é passada de pai para filho, num processo histórico de resistência cultural.
 
Paulo Ró
 
Paulo Roberto do Nascimento, músico instrumentista, ativista cultural paraibano, teve seu primeiro contato com música ainda na infância, quando ouvia desde música clássica em casa, até a popular, dos grupos folclóricos que via nas ruas de Jaguaribe, bairro onde morava. Nos anos 70 e 80, sua atuação marcou a história da música paraibana quando, ao lado de seu irmão Pedro Osmar, criou o grupo "Jaguaribe Carne de Estudos", uma verdadeira escola para diversos outros artistas da cena contemporânea, como Totonho, Escurinho, Chico César, Adeildo Vieira, entre tantos outros. Assumindo a Guerrilha Cultural como uma perspectiva de ação direta nos bairros da cidade, o grupo trabalhou em conjunto com ONGs, partidos de esquerda, pastorais da igreja e grupos anarcopunks, surgindo dessas parcerias projetos como a Coletiva de Música da Paraíba (76), o Musiclube (81), o projeto Fala Bairros, (82) o Movimento de Escritores Independentes (84), entre outros projetos coletivos que se seguiram, envolvendo diversos atores e agentes ao longo dos anos.
 
Em 1992 o grupo lançou seu primeiro LP "Jaguaribe Carne Instrumental" que teve mil capas diferentes, feitas artesanalmente por diversos artistas nordestinos. Ainda este ano, Paulo Ró gravou o LP "Etnia", com o grupo Etnia, um trabalho de estudos de ritmos e instrumentos populares do mundo. Em 1998 gravou o CD "O Jardim dos Animais", em parceria com o poeta mineiro Ronald Claver, trabalho este que obteve elogios da crítica e do público em geral. Em 2004, gravou um de seus melhores trabalhos, o CD "Olhos de Proa", em parceria com o biólogo e poeta Vergara Filho, com músicas que tratam do cotidiano do mar e de seus pescadores, num constante diálogo entre natureza, cultura e trabalho. Neste mesmo ano, iniciou-se o projeto de gravação do CD "Vem no Vento", do grupo Jaguaribe Carne, que contou com a participação de grandes nomes da MPB, a exemplo de Elba Ramalho, Chico César, Zeca Baleiro e muitos outros artistas que sempre apoiaram o trabalho dos irmãos Pedro Osmar e Paulo Ró.
 
Alguns discos gravados com participações de parceria:
 
No Ventre da Besta – Milton Dornellas
Lapidar – Naldinho Braga
Avatar – Cátia de França
Signagem – Pedro Osmar 
Jardim dos Animais – Paulo Ró/Ronald Claver
Lâminas de Black Tie – Paulinho Ditarso
Diário de Bordo – Adeildo Vieira
Sob o Sol – Paulo Ró/Fabio Kerouak (inédito)

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